Como funciona o corpo humano?

 

Universidade Estadual Paulista

U N E S P

 

 

 

 

 

Como vemos o mundo? A formação da imagem.

Silvia Mitiko Nishida

Felipe Augusto K de Oliveira

Juliana Troll

 

Quando a luz incide sobre um objeto esse corpo refletirá ou absorverá partes do comprimento de onda. O que vemos, então, como sendo as cores do objeto são diferentes comprimentos de ondas de luz refletidas por ele. Entenda porque enxergamos o céu azul ou porque as nuvens nos parecem brancas. A sensação de forma, cor e movimento dos objetos que percebemos não dependem apenas das propriedades da luz mas de uma soma de complexos processos fisiológicos e psicológicos.

 

 

 

A figura acima mostra como a imagem de um objeto (lápis) se forma retina. A luz refletida no lápis atravessa a córnea e o cristalino que são totalmente transparentes. Ambos formam um sistema de lentes convergentes que focalizam a luz exatamente sobre a retina onde estão os fotorreceptores (cones e bastonetes). Essas células convertem a luz em impulsos elétricos e funcionam como se fossem transdutores de energia.

A capacidade da córnea refratar a luz é grande, porém invariável, ao contrário do cristalino que pode mudar a sua forma. Quando um objeto aproxima-se (ou nos aproximamos dele), o cristalino aumenta a curvatura ficando mais convexo e, portanto, aumentando a dioptria. Se o objeto se afastar, ocorrerá o inverso. A capacidade de acomodação do cristalino garante que os objetos nos pareçam sempre nítidos, não importando se eles estão longe ou perto. Veja aqui uma animação. 

A retina não tem a mesma sensibilidade em toda a sua extensão. Na fóvea (cuja área é do tamanho da cabeça de um alfinete) a nossa acuidade visual é máxima. É justamente sobre a fóvea que a luz é focalizada pelas lentes e ali só ocorrem os cones (responsáveis pela visão em cores). A medida que se afasta da fóvea a quantidade de cones diminui e a de bastonetes (responsáveis pela visão em tons de cinza)  aumenta, até que não haja mais cones. Isso significa que há um campo visual central e outro periférico distintos: o centro proporciona nitidez e visão colorida e o periférico, menos nitidez.  A figura abaixo mostra os detalhes estruturais da retina que é composta de fotorreceptores (cones - em vermelho, verde ou azul e bastonetes - em cinza) e as células nervosas. A luz penetra a retina até chegar aos fotorreceptores e é absorvida pela camada de células pigmentares evitando assim a reflexão da luz.

 

 

 

Veja como a acuidade visual humana é relativa. Durante o dia, ou quando o ambiente é bem iluminado, enxergamos muito bem em cores. Quando os objetos são focalizados sobre a fóvea ficam bem nítidos e coloridos (visão central) e na periferia, desfocados e em tons de cinza (visão periférica). Essa é a dica de que os seres humanos devem ter evoluído em ambiente diurno.

 

 

Extraído de What the eye see?

 

Para manter nítida a imagem de interesse, precisamos focalizá-la constantemente sobre a fóvea e, para isso, os músculos que movem os olhos e o sistema de lentes devem trabalhar juntos e de modo coordenado.  Se você prestar a atenção em alguém lendo ou fazendo trabalhos manuais os seus olhos estarão em constante movimento (garantido a focalização nítida do objeto e o constante processamento da retina). A figura acima e à direita mostra a sensação visual, à noite ou quando a luminosidade é baixa. Os bastonetes ao contrário dos cones, funcionam com pouca luz. Veja como faz sentido o ditado  "A noite todos os gatos são pardos". Essas propriedades mostram que o nosso olho está adaptado seja para a visão com muita (dia) ou baixa (crepúsculo) luminosidade.    

 

 

As informações da retina chegam ao cérebro pelo nervo óptico. Quando as informações nervosas chegam às áreas associativas do córtex visual as imagens formadas na retina ganham significados e ocorrendo a percepção visual, tal como a conhecemos.

 

Extraído de Brainfacts

 

 

Assim como o cérebro sem o aparelho óptico não pode proporcionar experiências visuais, o olho sadio sem as vias visuais e as áreas associativas cerebrais causam deficiências visuais.