A
questão ambiental brasileira tem sido conduzida por meio da
promoção de políticas públicas que visam proteger, conservar
e melhorar a qualidade da relação da sociedade com os
recursos naturais e bens culturais.
A legislação que trata das políticas públicas de preservação
do meio ambiente tem sido contemplada pela
Lei nº
6938,
de agosto de 1981, que em
seu artigo 2o. diz:
A
Política Nacional do Meio Ambiente tem por objetivo a
preservação, melhoria e recuperação da qualidade ambiental
propícia à vida, visando assegurar, no País, condições ao
desenvolvimento sócio-econômico, aos interesses da segurança
nacional e à proteção da dignidade da vida humana (...).
http://www.silex.com.br/leis/l_6938.html
Um dos
princípios desta lei vai enfocar o desenvolvimento da
Educação Ambiental que deve fazer frente aos grandes
desafios planetários, como as mudanças climáticas, a perda
da biodiversidade e a desertificação, mas isso só será
possível quando ela for interiorizada no dia-a-dia de cada
individuo, de cada grupo social e de cada governo.
A Educação Ambiental no Brasil
A
educação ambiental, também tem sido amparada pela legislação
nacional. A
Lei 9795/99
estabelece a Política Nacional de Educação Ambiental que
afirma que a educação ambiental é componente essencial e
permanente da educação brasileira, devendo estar presente de
forma articulada em todos os níveis e modalidades do
processo educativo, em caráter formal e não-formal. Assim, a
institucionalização significa também garantir a coerência e
a continuidade no comprometimento, especialmente dos
Ministérios da Educação (MEC) e do
Ministério do Meio Ambiental (MMA), para as ações nesta
área.
A nosso ver, a Educação Ambiental deve possibilitar
não apenas a inclusão desta temática para o aumento dos
níveis de conscientização e uma mudança de atitudes e
comportamentos, mas também a atuação no âmbito da aquisição
de competência para a ação e conduzir a discussão para a
solução dos problemas.
A
gestão e implementação da educação ambiental no território
nacional têm se realizado pelo Órgão Gestor da Política
Nacional, que é formado por setores do MEC e MMA. Entre as
atividades do Órgão Gestor uma delas está em
estimular e promover
parcerias entre instituições públicas e privadas, cujo
objetivo seja o desenvolvimento de práticas educativas
voltadas à sensibilização da coletividade sobre questões
sócio-ambientais.
O Programa Nacional de Formação de Educadores Ambientais tem
sido uma das formas de promover práticas educativas
ambientais em todo o território nacional através da
implementação dos
Coletivos Educadores para Territórios Sustentáveis.
Coletivo Cuesta Educador
O
projeto COLETIVO CUESTA EDUCADOR tem por objetivo
promover a constituição e a ampliação do Coletivo Educador
local/regional para a elaboração e articulação de programas
de formação de educadores ambientais nos diferentes espaços
sociais.
a)
Abrangência:
A região delimitada inicialmente para o Projeto abrange doze
municípios, totalizando uma população de 205.581 habitantes
em 6.575 km2 de área.
Pardinho (4.068 habitantes e 210 km2 de área)
Botucatu (100.876 habitantes e 1.486 km2 de
área)
Areiópolis (10.378 habitantes e 86,1 km2 de
área)
São
Manuel (34.688 habitantes e 653 km2 de área)
Pratânia (3.583 habitantes e 180 km2 de área)
Itatinga (13.917 habitantes e 982 km2 de
área)
Anhembi (4.176 habitantes e 738 km2 de área)
Conchas (13.132 habitantes e 469km2 de área)
Bofete (6.717 habitantes e 655 km2 de área)
Pereiras (5.261 habitantes e 223km2 de área)
Porangaba (5.767 habitantes e 267 km2 de
área)
Torre de Pedra (1.577 habitantes e 71km2 de
área),
b)
Segmentos institucionais
que iniciaram esse processo: Instituto de Biociências da
UNESP-Botucatu, Secretaria Municipal de Educação de
Botucatu, Secretaria Municipal de Meio Ambiente de Botucatu,
Associação Adão e Ema de Botucatu, Instituto Giramundo
Mutuando de Botucatu e Instituto Visão Futuro de Porangaba.
c)
Desafios do CCE:
A
construção de um grupo interinstitucional e voltado para a
elaboração de programas de auto-formação e formação
multiplicada constitui-se por si só um grande desafio,
especialmente quando se espera uma diversidade de pessoas e
instituições. No entanto, o que nos parece ser o elemento
dificultador, ou seja, reunir pessoas que representam
segmentos diferenciados e sedentos em ampliar seu espaço de
formação e multiplicá-los, também é o grande elemento
facilitador, uma vez que a proposta do Coletivo Educador
possibilita a arregimentação de pessoas identificadas com
essas idéias, cujo propósito é o de formarem-se e
multiplicarem-se no campo sócio-ambiental.
d)
Mapeamento Sócio-ambiental:
Iniciado desde o processo de construção do projeto, quando
cada instituição levantou ações que realizam e o contexto
sócio-ambiental da região.
É
importante ressaltar que a região de Botucatu está sobre
áreas de recarga do Aqüífero Guarani, o segundo maior
reservatório de água doce do planeta, e que algumas destas
áreas de recarga estão situadas em solos muito susceptíveis
a processos erosivos, em áreas vulneráveis à contaminação do
Aqüífero. Os Municípios de Botucatu, Pardinho, Bofete e
Itatinga têm seus perímetros parcialmente localizados dentro
da
APA Botucatu-Corumbataí-Tejupá. No Perímetro
Botucatu desta APA encontra-se um dos mais importantes
sítios arqueológicos do Estado, o Abrigo Sarandi, no
Município de Guareí, com registros pré-históricos de cerca
de seis mil anos. Outro patrimônio desta APA é o da formação
geológica das Cuestas Basálticas, único no Brasil.
e)
Ações desenvolvidas:
No ano de 2007 houve a ampliação das instituições que
participam do CCE. Além das seis mencionadas acima, temos a
Diretoria de Ensino da Região de Botucatu, a Secretaria de
Educação de Pratânia, a Secretaria de Educação e de Meio
Ambiente de São Manuel, a OnG SOS Cuesta, a OnG AGV, a
Secretaria de Saúde de Botucatu, o Instituto Floravida e a
Faculdades de Ciências Agronômicas da Unesp. Estas
instituições parceiras formalizaram suas representações e,
até o final do ano, está previsto o lançamento do Projeto
Político Pedagógico para a formação de 80 educadores
ambientais que atuem no território compreendido pelo
Programa do Coletivo Cuesta Educador.
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Indicações
para pesquisa e leituras:
FERRARO JUNIOR, L.A (org.).
Encontros
e Caminhos: Formação de Educadoras(es) Ambientais e
Coletivos Educadores.
Ministério do Meio Ambiente. Diretoria de Educação Ambiental
– Brasília, 2005.
http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/encontros.pdf
PRONEA –
Programa Nacional de Educação Ambiental.
http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/pronea_3.pdf
BRANDÃO,
CARLOS RODRIGUES. Aqui é onde moro, aqui nós vivemos.
http://www.mma.gov.br/estruturas/educamb/_arquivos/mes_livro.pdf
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