O franzino Cachorro-do-mato-vinagre
Cachorro com pés-de-pato?

Relativamente ainda pouco estudado, o cachorro-vinagre caracteriza-se por ser um dos menores canídeos silvestres brasileiros e um dos mais sociais.

Seu tamanho pode chegar no máximo a 75 cm de comprimento, 30 cm de altura e pode pesar até 7 quilos. Extremamente difícil de ser visto em nossas paisagens, antigamente se distribuía por toda a América do Sul. Atualmente, é encontrado somente em florestas de Mata Atlântica, em campos úmidos no cerrado (como no Parque Nacional das Emas, em Goiás) e no Pantanal.

Interessante observar uma característica morfológica que constitui-lhe uma importante adaptação: seus dedos são ligados por uma fina e delicada membrana, que os torna hábeis nadadores e mergulhadores. Daí sua preferência por lugares alagados! Tanto é que no Peru ele é conhecido como cachorro-d’água! Outra característica curiosa é que não possuem alguns molares comuns nos canídeos em geral.

Sua alimentação é composta de pequenos crustáceos e vertebrados, como cotias e pacas - seu prato principal (apesar de estar sendo obrigado a mudar seus hábitos alimentares, já que a paca sofre atualmente processo de extinção). Porém, por serem sociais, a caça em bando pode render generosos banquetes de pequenas emas e até mesmo de capivaras! Haja estômago pra tanta carne! Já em cativeiro, alimentam-se de ração balanceada, carne crua e frutas.

Seu hábito é preferencialmente diurno e à noite se recolhem em tocas criadas pelos machos ou por tatus. A reprodução se dá uma vez ao ano e as fêmeas atingem a maturidade sexual após o primeiro ano de vida. A gestação dura cerca de 65 dias e as ninhadas têm em média 3 filhotes. Os machos auxiliam nos cuidados com a prole à medida que trazem alimento para as fêmeas durante o período de amamentação.

O desmatamento, a destruição de seu ambiente natural e a ocupação humana são fatores que contribuem para sua extinção. Além do mais, doenças transmitidas por cães domésticos e a diminuição de suas presas naturais são agravantes dessa situação. Daí a importância de se conhecer cada vez mais sobre sua biologia, a fim de impedir que esta espécie, habitante dos cerrados brasileiros, desapareça frente à desenfreada e inescrupulosa ação humana.