Mais conhecida como carrapicho ou focinho-de-porco, esta erva, que não atinge mais que 20 cm de altura, é amplamente dispersa pelo país, e cresce vigorosamente em solos agrícolas – por isso é considerada planta daninha pelos agricultores. Apresenta, porém, inúmeras propriedades medicinais. A começar pelas folhas e raízes, utilizadas na forma de chá, por infusão ou decocção, é empregada contra anemia, erisipela, doenças do sistema urinário, tosses, febres, bronquite, dispepsia e diarréia. A eficácia dessa forma de utilização ainda não tem comprovação científica, bem como segurança terapêutica.

A famosa macela – macelinha, ou marcela – é bastante comum no sudeste brasileiro. Planta aromática que não chega a atingir 2 metros de altura, cresce espontaneamente em pastagens e beiras de estradas – o que faz com que seja considerada como daninha por agricultores. Apresenta flores amarelas bem pequenas, arranjadas em inflorescências. Estas, quando secas, são utilizadas em muitas regiões como preenchimento de travesseiros e acolchoados. Porém, seu maior aproveitamento pela população deve-se a suas propriedades medicinais.
Ainda assim, é utilizada largamente na medicina tradicional de muitas regiões do Brasil. Dores lombares, renais ou nos membros, assim como processos de úlceras, feridas, micoses e inflamações pós-parto podem ser combatidos através de uso externo, na forma de banhos. Alguns estudos químicos e farmacológicos indicaram a presença de flavonóides e acanthostral, substância capaz de inibir tumores cancerosos. Como se não bastasse, o extrato cru da Acanthospermum australe foi, ainda que incompletamente, ativo contra o Plasmodium falciparum, agente causador da malária, sobre ratos infectados.
O chá de suas flores, ramos secos e folhas, é usado para combater inflamações e dores, epilepsia, cólicas de origem nervosa, problemas gástricos, diarréia, disenteria e como sedativo. Já na forma de banhos, é recomendada contra reumatismo, nevralgias, cólicas intestinais e renais, menstruações dolorosas, dores articulares e musculares. Estudada há mais de 20 anos a fim de se validarem suas atividades medicinais, apresentou – em animais de laboratório – propriedades analgésica, antiinflamatória e relaxante muscular, sem qualquer efeito colateral. O crescimento de células cancerosas foi inibido em mais da metade por extratos de flores desta planta, em estudos realizados in vitro, no Japão. Trata-se, portanto, de uma espécie com vasto potencial farmacológico, com grandes possibilidades de se gerar medicamentos contra doenças que atingem grande parte da população mundial.

Esta é uma planta melífera que produz um fruto bastante apreciado pelas populações próximas ao cerrado: o caju – ou cajuzinho-do-cerrado. Seja in natura ou sob a forma de sucos, sorvetes, geléias, doces e compotas, seu uso alimentar só não é maior que o medicinal. A planta toda é empregada na medicina caseira em várias regiões do país com indicações bastante variadas. Índios utilizam o óleo corrosivo obtido do endocarpo e da semente para eliminar manchas e verrugas. A infusão, tanto de suas folhas ou da casca do xilopódio (caule subterrâneo), é indicada contra diarréia. O chá da raiz, quando macerado em vinho, combate o reumatismo e a casca é estimulante e usada também no gargarejo contra inflamação de garganta. O suco do cajuzinho tem propriedades anti-sifilíticas e a infusão de suas inflorescências é utilizada contra tosses; já o decocto é utilizado para se fazer baixar o teor de glicose em diabéticos.

Além de dar o murici, fruto bastante consumido na forma de doces, sucos e geléias, e de sua madeira amarela e brilhante ser própria para a construção civil e marcenaria de luxo, esta espécie é muito utilizada por populações rurais contra várias moléstias. A casca tem propriedades laxativas e anti-febris, sendo bastante adstringente, por conter de 15 a 20% de tanino, substância de defesa produzida pela planta contra a herbivoria. O fruto, se consumido com açúcar é recomendado como laxativo, contra tosse e bronquite. A planta é ainda anti-sifilítica, diurética, emética (provoca vômito) e pode ser tóxica em doses elevadas.