A
teia alimentar de um ecossistema pode ser estudada
através de uma Pesquisa Científica, onde serão
analisadas as relações tróficas entre os animais, no
presente caso de um ecossistema aquático. Através deste
estudo conseguimos montar uma teia alimentar com os
animais encontrados em um riacho. Este tipo de pesquisa
se insere na disciplina de Ecologia, que estuda
as relações entre os seres vivos e o ambiente em que
vivem.
Para
a realização da Pesquisa Científica primeiramente devem
ser definidos:
a) Os
objetivos da pesquisa, ou seja,
"O que estudar?"
b) O
local do trabalho, ou seja,
"Onde estudar?"
c) A
metodologia a ser empregada, ou seja,
"Como realizar o trabalho?"
Objetivo = “O que
estudar?”
O que
desejamos saber? Qual o tema que desejamos abordar? Qual
será nosso objeto de estudo?
Neste
caso, desejamos saber como ocorrem as transferências de
energia em um riacho preservado, ou seja, com pouca
interferência do homem quebrando ou fragilizando os elos
de ligação entre os níveis tróficos. Nosso objeto de
estudo serão os animais presentes no riacho, analisando
o que eles comem e quais as relações alimentares entre
eles.
|
Local de
trabalho = “Onde estudar?”
Se nosso objetivo é estudar os
organismos de um riacho que esteja sob pouca
intervenção humana o ideal é procurar em uma
área de preservação. O local escolhido foi o
Córrego do Potreirinho, um pequeno riacho
localizado no Horto Florestal de Itatinga
(Município de Itatinga, Estado de São Paulo).
|
Metodologia =
“Como realizar o trabalho?”
Como
capturar os animais? Como analisar o que comem? Para
alcançar nosso objeto de estudo devemos traçar um meio
de atingi-lo.
Os
animais são capazes de explorar diferentes nichos
do ambiente. O
nicho ecológico
de um organismo inclui tanto o espaço físico (nicho
espacial ou de habitat) onde ele vive ou pode
ser encontrado, como também seu papel funcional na
comunidade (nicho trófico). Assim, o nicho
ecológico de um animal não depende somente de onde ele
vive, mas também de suas interações com outras espécies.
Amplitude e sobreposição de nichos
Veja
nos esquemas abaixo a representação de alguns dos
conceitos relacionados ao estudo de nicho ecológico:
amplitude de nicho e sobreposição de nicho.
Como
os animais são capazes de explorar diferentes nichos
de habitat, precisaremos utilizar diferentes métodos
para conseguir amostrar a diversidade de animais
existentes no local de estudo.
O
habitat
é o local onde o animal ou um conjunto de animais (comunidade)
vive ou onde pode ser encontrado. No riacho podemos
encontrar invertebrados e vertebrados em diferentes
locais, cada um podendo receber uma denominação própria.
Plâncton:
animais microscópicos que ficam livres na coluna d’água.
No plâncton de riachos podemos encontrar animais
pertencentes a diversos grupos, sendo os mais freqüentes
e abundantes:
Tecameba
(amebas encapsuladas),
Rotifera
e
Crustacea
(microcrustáceos).
Os rotíferos são animais microscópicos
que, juntamente com os protozoários e os microcrustáceos,
dominam o zooplâncton de água doce e são importantes na
ciclagem de nutrientes.
Bentos:
animais que ficam no sedimento do fundo do riacho,
representados principalmente pelos seguintes grupos:
Oligochaeta
(minhocas de água doce),
Acarina
(ácaros aquáticos) e
Insecta
(insetos aquáticos).
Algumas minhocas de água doce escavam no
lodo do fundo, consumindo material vegetal em
decomposição, tendo um papel importante na ciclagem de
nutrientes.
Ø Perifiton:
animais de pequeno porte associados a uma matriz de
matéria orgânica e algas, depositada sobre os vegetais
(ou rochas quando o substrato do fundo do rio é de
seixos ou cascalho) submersos. Os grupos animais aí
encontrados são:
Tecameba
(amebas encapsuladas),
Nematoda
(nematóides de vida livre),
Oligochaeta
(minhocas de água doce),
Acarina
(ácaros aquáticos) e
Insecta
(insetos aquáticos).
Todos estes grupos animais são abundantes
no perifiton, mostrando sua grande importância como
local de abrigo e de alimentação para uma fauna bastante
diversificada.
Ø Fauna
móvel:
animais macroscópicos que podem se mover entre os ramos
da vegetação submersa e em água aberta, procurando
nestes locais refúgio e alimento. Esta fauna é composta
de:
Crustacea
(camarão e caranguejo),
Insecta
(insetos aquáticos),
Amphibia
(girinos) e
Peixes.
Neste compartimento, o grupo de maior
abundância
(número de indivíduos) e
riqueza
(número de espécies) está representado por
insetos,
enquanto o grupo de maior
biomassa
está representado por
peixes.
Baseado nos tipos de
habitat disponíveis no riacho estudado,
escolhemos os seguintes métodos de coleta:
a)
uma peneira para coleta de invertebrados e vertebrados
presentes na vegetação marginal;
b) um
covo para coleta de peixes presentes na vegetação
marginal;
c)
uma rede de plâncton para filtrar os organismos
microscópicos presentes no plâncton;
d)
uma
tesoura de poda para coletar uma porção da
vegetação para amostrar os organismos presentes no
perifiton;
e)
um
pote plástico para coleta de uma porção da areia e
lodo do fundo para separar os organismos presentes no
bentos.
COLETA COM PENEIRA
|
|
|
COLETA COM COVO
|
COLETA DE PLÂNCTON |
|
|
Depois de coletado, o material é levado ao laboratório
onde são realizadas:
Ø
a) a triagem dos animais
(separar os animais do substrato amostrado, como areia,
lodo, vegetação);
Ø b)
a identificação dos animais.
|
Para conhecer a dieta dos
animais, podemos analisar seu conteúdo digestivo
ou podemos consultar os resultados de outras
pesquisas sobre o mesmo tema, publicados em
trabalhos científicos e livros. |
|