Segundo dados da Fundação Oswaldo Cruz, a febre amarela fez por volta de quatro mil mortes entre 1897 a 1906, razão de a cidade do Rio de Janeiro ter sido conhecida como túmulo de estrangeiros.

Nada se sabia sobre esse mal a não ser que causava febre, hemorragias e icterícia. Os médicos daquela época prescreviam tratamentos e medidas de combate que se baseavam em suas próprias crenças sobre o problema e não em conhecimentos científicos, uma vez que estes inexistiam. Alguns acreditavam que o mal estava no ar, outros que se transmitia de doente a dente, portanto, para estes tratava-se de doença contagiosa, e havia ainda aqueles que pensavam ser o mal originado da água contaminada. Daí toda sorte de medidas para evitar a propagação e conseguir o controle por meio de isolamento de doentes, uso de cal no solo e água, fogo para queimar os ares, defumadores, retirada de lixo, entre outras.

A febre amarela é uma doença causada pelo vírus amarílico, que, depois de ser injetado através da pele, circula pelo sangue durante dois a cinco dias, período em que um pernilongo pode sugar a pessoa e adquirir o vírus. Inicialmente eles usam as células dos glânglios linfáticos para a replicação. Daí chegam em diversos locais como baço, medula, fígado, rins, nos quais são replicados mais uma vez. Todas as células onde acontece a replicação do vírus são destruídas. O indivíduo apresenta de início febre, pulso rápido, inchaço no rosto, vômito, dores musculares. Mais tarde verifica-se a icterícia, vômitos com sangue enegrecido e até mesmo convulsões, delírios, aos quais se segue a morte.

Há casos em que na primeira semana da inoculação do vírus pelo mosquito o corpo da pessoa infectada produz anticorpos. Como essas substâncias são capazes de agir contra os vírus, a pessoa fica protegida e livre da febre amarela. Isso é o que acontece também quando uma pessoa é vacinada. Para evitar que o sujeito susceptível fique doente, vírus amarílicos atenuados, isto é, enfraquecidos são usados para fazer a vacina contra a febre amarela. Ao penetrar no corpo de uma pessoa eles não conseguem provocar a doença mas provocam a produção de anticorpos que conferem proteção. Diferente de algumas outras vacinas, a da febre amarela não funciona se o vírus estiver completamente inativo; ele precisa estar apenas enfraquecido na sua capacidade de invadir e destruir as células.   

Nas fêmeas do pernilongo, que agem durante o dia sugando sangue para nutrir seus ovos, os vírus podem permanecer por até três meses, se o inseto não se alimentar de sangue que contenha anticorpos. Nelas, o vírus replica-se e dissemina-se pelo corpo sem causar dano e vai alojar-se nas glândulas salivares, que é de onde eles saem com a picada do inseto e infectam o ser humano.

Outra descoberta importante sobre a febre amarela foi que na natureza o vírus amarílico circula não só na área urbana, mas que participa de um ciclo silvestre no qual Haemagogus janthinomys é o pernilongo principal responsável por sua transmissão a vertebrados e, eventualmente ao Homem, quando este reside no interior da mata ou entra para caçar, pescar, coletar madeira etc.

 

História da Febre Amarela No Brasil

 

 
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