Segundo a Fundação Nacional de Saúde, outra doença em expansão e que afeta o homem e a outros animais é a Leishmaniose . No passado esteve concentrada em áreas silvestres e rurais, mas hoje avança por ambientes urbanos de porte médio e se torna um problema crescente de saúde pública não só no Brasil, mas em outra regiões do Continente Americano. O avanço do homem para áreas silvestres, onde a doença ocorre entre os animais do local, e a derrubada de matas têm sido causas importantes da expansão da doença.

São conhecidos dois tipos de leishmaniose: a visceral e a tegumentar. Na leishmaniose visceral ou calazar , o protozoário causador, Leishmania chagasi , penetra e se multiplica em um tipo de célula sanguínea, o leucócito ( leucos = branco; cito = célula) cuja função normal é a de participar do sistema de proteção do hospedeiro fazendo fagocitose. Neste caso, como os leucócitos invadidos pelo protozoário e que servem para a sua multiplicação acabam sendo destruídos, deixam o doente debilitado e sujeito a inúmeras infecções que podem leva-lo à morte. Os sintomas característicos são febre, perda de peso, anemia, aumento acentuado no tamanho do fígado e do baço ( hepatoesplenomegalia ), queda de cabelos e hemorragias (ex. na gengiva), as quais, assim como a redução da capacidade de proteção, podem levar a pessoa à morte.

Essa doença é transmitida ao homem por um pequeno pernilongo flebótomo de cor palha que vive em residências e em áreas adjacentes, denominado de Lutzomyia longipalpis , cujas fêmeas alimentam-se em horários crepusculares e noturnos.  Ao se alimentarem as fêmeas do flebótomo introduzem na picada uma proteína que é capaz de dilatar os vasos sanguíneos, o que permite a chegada de maior número de células a esse local, garantindo leucócitos para a multiplicação de L. chagasi .

No período de 8 a 20 dias após o pernilongo alimentar-se de sangue de uma pessoa contaminada, o protozoário terá se multiplicado no interior do tubo digestivo do inseto que já será poderá contaminar outras pessoas.

Dos vertebrados que apresentam essa doença, funcionando como reservatório, o cão tem papel de especial destaque na transmissão para o Homem. Quando doentes eles perdem muito peso e pelos, os quais ficam eriçados; apresentam nódulos e ulcerações comuns nos bordos das orelhas; hemorragias e paralisia dos membros; cegueira etc.

O outro tipo de leishmaniose, a tegumentar, como o próprio nome indica, provoca lesões de pele. Essas lesões podem ser localizadas, disseminadas por todo o corpo e também difusas. Neste último caso, responsáveis por deformações e maior gravidade.

Três espécies de protozoários destacam-se como causadores da leishmaniose tegumentar: Leishmania amazônica , cujos reservatórios conhecidos são marsupiais e os roedores Proechymis ( rato-soia ) e Oryzomys ; L. guyanensis , já encontrado em preguiça ( Choloepus didactylus ), tamanduá ( Tamanduá tetradactyla ), marsupiais e roedores; e L. brasiliensis , que ainda não foi detectada em animal silvestre.

As medidas de controle da leishmaniose, orientadas pela Fundação Nacional de Saúde são: eliminação dos cães que funcionam como reservatórios e do vetor flebótomo , além de tratamento dos doentes e educação da população em saúde.

 

 
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